As primeiras páginas do Diário de [Traduzido por Rita de Cássia Fernandes Cristóvão] |
Advertência: Texto extraído da edição organizada pelo Prof. Giuseppe Micunco para a diocese de Bari. As citações bíblicas indicadas pelas notas não são presentes no manuscrito, mas foram inseridas pelo Prof. Micunco "para colocar em relevo a riqueza da linguagem bíblica de Santa e favorecer a leitura." As palavras e expressões em negrito correspondem àquelas que Santa Scorese tinha evidenciado no manuscrito.
Muro Lucano, 6 de agosto de 1986 – 1h05 (1)
Hoje eu vivi um vulto de Jesus Abandonado!
Fui maltratada, abandonada por um amigo e, naquele momento, pensei somente na minha dor. Como é difícil pensar que Você também foi abandonado! Apesar disso, pensei em você, ao seu abandono e a como sofreu quando os seus amigos lhe abandonaram (2) e quando sentiu o Pai distante de Si! (3)
Eu soube reconhecer e amar você: naquele momento Você me amou ainda mais. Como não amar você nos meus próximos?
Coloquei-me logo em ação e procurei viver o Ideal fazendo-me um com os meus amigos! A minha dor transformou-se em amor! É verdade, tenho a certeza que Você está colocando as Suas raízes em mim e sou feliz porque estou me enamorando de Você, porque sei que o Seu amor não pode morrer, mas viver e Você é o meu Jesus que tenho que amar na dor, mas é sobretudo aquele Deus que é Amor! (4)
Muro Lucano, 10 de agosto de 1986
Obrigada por me amar, porque Você faz com que eu sinta a Sua presença em mim.
Estou experimentando o Seu amor na dor e na alegria. Realmente, sinto que estou crescendo, mas a constatação mais bela é que estou crescendo com você.
Sabe, percebo que lhe descobrir é muito simples porque quero amar, mas é muito duro superar os meus limites, morrer a mim mesma.
Às vezes tenho a vontade de ser Maria realmente, mas fico imóvel diante do espelho em que vejo o reflexo de mim mesma. Falta-me a humildade e me pergunto como é que Você faz para continuar a amar-me igualmente, mas encontro sempre a resposta: Você é Amor!!
Obrigada pelos amigos! Obrigada por Enzo!
Borgonovo di Pontecchio, 15 de agosto de 1986 – 23h20 (5)
Hoje, como primeiro dia de exercícios espirituais, devo dizer que correu muito bem porque significou dar um outro pequeno passo na estrada que Você me traçou.
Senti, desde hoje de manhã, que Você era presente em mim e, por isso, o medo, a angústia que ontem eu sentia desapareceram e recomecei a amar.
Pareceu-me simples amar Você nas outras jovens, mas a descoberta mais bela, aquilo que Você me disse hoje (assim diz Carmencita) é que me ama ainda mais. Um amor tão forte que suscitou em mim a vontade de unir-me à Maria para que ela faça com que eu fique sempre perto de Você.
Não é um desejo ardente, mas é uma doce sensação que talvez tenha sido Maria a colocar dentro de mim.
A frase que mais me tocou foi aquela que a Rossella disse hoje de manhã e que Jesus tinha dito a uma Beata: "Transforme-se em capacidade e eu serei um rio de montanha". É incrível!!!!
Parecia que Você dissesse aquilo para mim! Como consegue fazer com que eu entenda!!!
Ter ficado na capela, sozinha a falar com você também foi uma coisa muito bonita! É maravilhoso saber que Você está ali, na Sua maior dor, na cruz, no mais total abandono (6), pronto a escutar-me e amar-me!
Hoje vi um vulto de Jesus Abandonado olhando o padre Luigi (7). Notava-se que estava sofrendo terrivelmente, que não conseguia falar, mas, mesmo assim, celebrou a missa. Para mim significava sofrer com ele e naquele momento dizia a mim mesma: "Sim é Ele que se manifesta! Não sinta pena do padre, mas ame-o!" E realmente a dor dele era amor , porque naquela dor padre Luigi recordava o Seu sacrifício, Jesus, e portanto signicava amar Você. Peço-Lhe por Ele, não que não sofra, mas que saiba amar tudo aquilo que Você lhe dá, em meio a sofrimentos, porque Você o ama assim. Às vezes você parece realmente estranho!
Hoje foi muito belo percorrer as etapas da vida de Maria porque me parecia de revivê-las com ela. Foi para mim a descoberta desta figura de Mãe pronta a tudo, a morrer a si mesma pelo seu filho e portanto por nós. Pergunto a mim mesma: se Deus tivesse me escolhido, eu saberia ter dito o meu sim como ela? Não sei. Sei que Você me pede alguma coisa, mas não consigo entender; porém confio nas suas palavras: "A quem me ama me manifestarei." (8).
Uma coisa muito bonita foi a possibilidade de estar no grupo com a Carmencita: não foi por acaso, mas uma Sua vontade, e eu estou muito feliz porque continua a mostrar-me através dela a Sua ternura por mim, e eu não posso não dizer que Lhe adoro e que Você é o meu Deus Amor!
Borgonovo di Pontecchio, 17 de agosto de 1986 – 23h05
Hoje encontrei Jesus. Foi uma alegria muito grande, mas tão grande que parece impossível poder exprimi-la em palavras. Falou-se sobre o Espírito Santo e depois fizemos meditação e deserto e então encontrei-me sozinha comigo mesma, mas como dizia ontem o padre Gigino: em um tu a tu com Deus.
Tenho que admitir que foi muito duro me concentrar porque, como sempre, tive medo de senti-lo perto de mim e então tive a vontade de desistir de tudo, mas eis que chega a Rossella e revoluciona tudo!!
Instigou-me um pouco, mas eu continuava a dizer com obstinação os meus "mas e porquês". E então foi muito belo para mim ouvir que, antes de tudo, tenho que dizer o meu sim totalmente, um sim a Deus para fazer as outras coisas com serenidade!!
É fácil falar! Eu sei que sou muito apegada às coisas materiais, aos meus projetos, como tenho que fazer para escolher Deus como o meu tudo?
A Rossella, enfim, perguntou-me se eu não queria falar com o padre Luigi e eu repondi que iria pensar. Sinceramente estava com medo daquilo que ele poderia me dizer pois era consciente que naquele momento teria sido Jesus a falar comigo. Não tinha coragem! E depois... um outro sinal! A Carmencita chamou-me, justo eu em meio a tantas outras, e perguntou se eu queria falar com o padre que estava sozinho já que a Vanna estava tomando banho e ainda não estava pronta. Quando o Senhor tem uma idéia na cabeça!!!
A coisa mais bela foi que o padre me escutou e depois, com serenidade, contou-me o episódio do jovem rico (9) dizendo que não gostaria que acontecesse o mesmo comigo. Isso me preocupou, mas o que me tranquilizou foi o fato que ele me disse de continuar com os estudos prosseguindo na minha vida cristã e rezando, e também de aceitar a idéia de um possível chamado, sem que isso seja um peso.
No final, disse-me que Deus já me quer muito bem. Foi muito belo porque me senti amada não por um homem, mas por Deus, e aquele homem naquele momento me dava a segurança de um pai, pronto a seguir-me no meu caminho. Lembrei-me do olhar de Ginetta em uma tarde de Mariápolis *: era Jesus que penetrava e observava dentro de mim (10) e que me amava.
Agora estou mais tranqűila e espero que realmente consiga a ter mais confiança no Senhor porque sei que Ele conta comigo e năo gostaria de decepcioná-lo.
Gosto de Você, Jesus.
Bari, 24 de setembro de 1986 – 16h45
Depois de tanto tempo resolvi escrever e, em termos práticos, isto quer dizer estar sozinha comigo mesma e com Deus. Mesmo se às vezes senti o desejo de escrever seja na alegria que na dor , tive medo de fazê-lo. Hoje, porém acho que seja necessário recomeçar porque recomeçaram as aulas e isto significa muito para mim.
Hoje de manhã eu estava muito agitada pois não gostava da idéia de retornar em meio às mesmas pessoas de sempre, mas depois pensei que começaria entregando tudo a Deus e à Maria, escolhendo Jesus como o meu companheiro de viagem, estando pronta a reconhecer os vultos do meu abandono para amá-lo.
Então, pode paracer estranho, aceitei mudar de lugar e estar em uma carteira que não era aquela que eu queria, mas depois fiquei muito contente de conversar com o Giuseppe procurando fazer um pacto de estarmos de acordo. Quem sabe se vamos conseguir! Nada é impossível a Deus!! Realmente gostaria de viver este ano iluminada pelo Seu amor, porque mesmo que não corra tudo bem eu sei que você ficará sempre comigo.
Mas aquilo que eu quero obter de mim mesma é amar-Lhe sempre mais e com mais constância porque muitas vezes me surpreendo evitando Você, pois naquele momento a Sua presença me incomoda. Gostaria que "me desse um puxão de orelhas" quando eu não aceito a Sua companhia ou não faço aquilo que Você gostaria.
Afinal de contas estou feliz porque recomeçaram as aulas, porque revi as pessoas de que gosto como a Bia e De Letteriis, mas sobretudo porque Você me dá a possibilidade de amar as pessoas que considero muito antipáticas (a Angela, a Flora), o quem me trata mal (11) (a Sara, a Grazia), mas percebo que se me encontro lá, com elas, é porque Você quer que eu me exercite no amor, no perdão e no testemunhar o Seu amor por nós. Peço que fique sempre perto de mim porque eu conto tanto com Você e realmente Lhe considero o meu melhor amigo e Você sabe disso!
Bari, 12 de outubro de 1986 – 21h15
Hoje para mim foi um dia muito particular. Fui ao encontro para os mariapolitas e senti-me um peixe fora d’água. Encontrei-me sem amigos e senti uma espécie de mal-estar porque não consegui colher a unidade e tudo parecia ser somente uma utopia.
Sentia que muitas pessoas não viviam realmente a Palavra, e as palavras de Chiara que ecoavam pareciam ter um som estranho: não conseguia pensar que a Teresa, a Rita ou alguma outra estivessem entendendo tudo aquilo que Chiara lhes dizia.
Mas sobretudo eu não conseguia me imergir, ou melhor, fazer com que aquelas palavras penetrassem dentro de mim. E no entanto era Jesus que falava comigo. Comecei a pensar que tinha que amar as minhas amigas, eu por primeiro, mas sentia que se eu não esclarecesse a situação não poderia dar os passos sucessivos, mas tudo isto era muito difícil para mim. Quando, mais tarde, falei com a Antonella, fiquei chateada quando notei o seu rosto triste, mas mesmo assim falei com ela porque para mim a sua amizade é importante e queria que ela conhecesse a minha dor, ou melhor, que soubesse os motivos pelos quais eu estou estranha.
Realmente parecia que eu me tivesse liberado um pouco do peso que carregava, mas acho que não consegui me liberar completamente. Agora, eu me pergunto se sou eu que tenho que fazer o primeiro passo ou tenho que esperar que a Antonella dê um sinal de vida ( tenho o pressentimento que amanhã ela vai me telefonar). Realmente, não sei.
Mais do que nunca estou convencida somente de uma coisa: Você nunca me deixa só. Se hoje, apesar das amarguras e da dor, eu estava lá, tinha sido para amar Jesus e ser amada. Posso dizer de ter reconhecido o vulto de Jesus Abandonado e portanto quero amá-lo, pois Ele morreu na cruz por mim. A minha, sem dúvida, é uma pequena parte da Sua dor e do Seu abandono, porém para mim é grande e eu quero oferecê-la.
Continuo a constatar, porém, como o homem é pequeno diante da potência do Pai Eterno. Noto que, na verdade, podemos confiar nos homens, crer nos amigos, mas o Amigo por excelência é Jesus. Agora estou vivendo a minha dor com Ele e por Ele. Quero entregar todo o meu sofrimento à Virgem Imaculada, para que como uma mãe possa ficar junto a mim e me consolar.
Todavia, quero dizer a mim mesma que não desistirei e estou pronta a recomeçar porque sei que Deus me ama, e se estou aqui é porque Ele quer algo de mim. Por isso lhe peço, Pai, que me dê a força de ir em frente, mas sobretudo de dizer sim a você sempre com alegria, mesmo que isso me custe fadiga e renúncia. Quero ser dócil diante da Sua Vontade. Porém, obrigada por tudo aquilo que me dá!
P.S. A Antonella e eu, depois de termos esclarecido tudo, abraçamo-nos e renovamos a nossa unidade. Espero que seja um bom ponto de partida.
Bari, 4 de novembro de 1986 - 19h25
Parece quase estúpido estar aqui escrevendo porque este é só um modo para falar, mas uma folha de papel certamente não me pode dar algumas respostas.
Provavelmente exijo que os outros, que eu gostaria que estivessem perto de mim, consigam resolver os meus problemas, esclarecer as minhas dúvidas, ou melhor, a fazer algumas escolhas em meu lugar.
Talvez possa parecer uma obstinação, mas neste período sinto que sou chamada a fazer algumas escolhas que poderão, com certeza, influenciar toda a minha vida futura.
O problema é que não consigo ver as coisas com clareza e quando consigo tenho medo de reconhecer-me por aquela que sou, então evito fazer isso. Sinto que os outros não conseguem me fazer feliz e sei que nem mesmo consigo sorrir a quem necessita da minha amizade. Não consigo nem mesmo amar essa minha dor vendo nela um vulto de Jesus Abandonado. Realmente não consigo. Sou egoísta demais e neste período não me satisfaço com nada.
Sou consciente que Deus está aqui comigo, a sofrer comigo, mas não consigo entender o Seu amor: nem mesmo consigo me confessar. Sinto que estou mudando, mas não consigo entender se para melhor ou para pior. Tudo parece tão escuro! Talvez eu tenha que colocar essas coisas em comum com as Gen, com a Irene, mas não consigo. Acho que elas me escutariam, me amariam, mas eu não iria conseguir me sentir bem. Sei que isto é falta de confiança para com Jesus, porque Ele estaria entre nós, mas me sinto tão materialista e racionalista que não consigo viver bem.
Realmente noto que não estou vivendo mas levando a vida e desperdiçando tanto tempo que poderia viver intensamente e que nunca mais retornará. Chiara disse-nos no último collegamento* de viver bem o momento presente (12), mas é muito difícil. Às vezes tenho vontade de chorar, mas sinto que não tenho lágrimas e isso faz com que eu pense ser insensível, não conseguir nem mesmo chorar.
Humanamente conto com uma só pessoa: o Sestilio. Não sei porque, mas sinto que ele consegue me entender e pode me ajudar, talvez porque eu noto que ele também se sente só e que por trás da sua aparente indiferença existe uma pessoa sensível.
Hoje gostaria de ter conseguido falar com ele, e fiquei chateada quando não o encontrei, mas, pensando bem, acho que foi melhor assim e que eu não teria conseguido me abrir com ele.
Será talvez para mim uma situação de que eu gosto, mas creio que não haja ninguém que goste de mim de verdade, para o qual eu sou importante. A Carmencita diz que nós temos que repetir a nós mesmos que Deus nos ama com todos os nossos limites, ainda que feios, mas Ele nos ama. É...! Para mim neste período é impossível pensar que sou importante e grande aos olhos de Deus (13): O Sestilio diria que esta é uma blasfêmia, mas infelizmente sinto que é assim.
Pergunto a mim mesma como é possível que meus pais vivam comigo e não notem nada, que fiquem satisfeitos quando me vêem em casa e basta. Sinto como se eles fossem pessoas estranhas e acho que alguns estranhos sabem mais coisas de mim do que meus pais.. Mas não lhes vêm o desejo de fazer realmente parte da minha vida? Certamente sinto mais "Mãe" Maria do que minha mãe e amo e respeito mais Deus do que meu pai (14).
Neste momento queria apenas ter tanta tranqűilidade dentro de mim e sentir-me bem com as outras pessoas e, sobretudo, escolher bem o que fazer da minha vida para que seja empregada na maneira melhor, seja ela qual for.
Pelo momento tenho que continuar a viver, mas tenho que procurar fazer isso intensamente porque não devo desistir!
Bari, 8 de novembro de 1986 - 22h00
Não tenho nada de extraordinário para dizer, mas mesmo assim quero escrever.
Ontem eu recebi uma carta do padre Luigi e percebi que Deus, através dele, falou comigo. Fiquei assustada com o fato que, segundo ele, aos 70% eu tenho a vocação. Isso me levou ainda mais a pensar nas escolhas que tenho que fazer e a questionar-me se consagrar-me a Deus é a coisa que mais me importa.
Lembrei-me do que a Rossella me tinha dito: " Pergunte a si mesma o que realmente quer fazer. Você quer realmente ajudar as pessoas por elas mesmas ou para se sentir importante?" Acho mesmo que eu deva me fazer estas perguntas, sem porém me deixar condicionar pelo fato que poderei decepcionar as esperanças de minha mãe e do meu pai. Em todo o caso, falar com a Carmencita hoje deu-me mais tranquilidade e tive modo de refletir sobre uma coisa.
Eu agora não devo pensar se quero ser uma missionária ou uma focolarina, pois antes de tudo devo escolher Deus (15) como companheiro por toda a vida e procurar permanecer fiel a Ele. Na minha opinião, o importante é dizer sim a Deus porque depois todo o resto se torna relativo. Sim, eu vivo o ideal de Chiara e sinto que ele está penetrando o meu ser cada vez mais e é difícil não viver segundo o ideal da unidade (16), porém eu também estou procurando viver o ideal da Imaculada.
Hoje fomos a um asilo e esta experiência foi para mim uma bela reviravolta. Disse a mim mesma que cada pessoa que eu tivesse encontrado seria Jesus Abandonado por amar, e tinha um grande desejo de declarar Jesus em meio (17) com as minhas companheiras, mas não conseguia sentir um clima de unidade! Propusemo-nos de ser como Maria que vai ao encontro de Isabel (18) e isso era, em outras palavras, declarar Jesus em meio.
Percebi quanta solidão possa existir nesses lugares e disse a mim mesma que aquelas pessoas tinham sido jovens e ativas como nós, e agora porque se devem sentir marginalizadas pela sociedade? Um senhor fez com que eu ficasse muito comovida, chamava-se Giuliano e discutia e falava mal de todos, mas depois acabou por chorar e me contar um pouco da sua história e dos seus problemas.
Muito forte e pungente foi o tom que usou o Aldo, um homem muito culto e rico, que me disse: "Mas o que é que vocês querem? Deixem-nos morrer em paz!"
E quando lhe dissemos que estávamos ali também por ele, repondeu-nos: "Vocês querem saber a verdade? Quando vocês vêm aqui trazem o que para nós já terminou.". É verdade. Nós fomos lá, fizemos uma boa ação, mas eu não estou tranqűila e nem satisfeita porque sei que fiz sofrer aquelas pessoas, porque as fui visitar mas quem sabe quando vou retornar!
Penso que nós fizemos com que lhes viessem à tona muitas lembranças, tantos desejos não realizados, neste momento em que eles somente estão esperando a morte. Sim, a mim parece que eu não dei àquelas pessoas uma razão para continuar a viver, a rezar. Para eles tudo é inútil, eu também me senti inútil! Espero que o Senhor possa operar neles e que nasçam bons frutos.
Tenho que me lembrar que, afinal de contas, somos servos inúteis (19). Quero, porém, pedir-Lhe, Pai, em nome de Jesus Abandonado, que aquelas pessoas consigan encontrar a força para continuar a ir em frente pois são preciosas aos olhos de Deus (20). Peço por intercessão de Maria Imaculada.
Notas:
1. Muro Lucano, na região de Potenza, é a cidade natal do pai de Santa Scorese. A sua família ia lá todos os anos para passar um período de férias.
2. Cf. Mt 26, 56.
3. Cf. Mt 27, 46.
4. Cf. I Jo 4, 15.
5. Borgonuovo di Pontecchio Marconi (Bolonha), no Centro das "Missionárias da Imaculada - Padre Kolbe" onde muitas vezes Santa Scorese foi para participar de retiros espirituais ou encontros de formação.
6. Cfr. ainda Mt 27, 46. É uma expressão típica do Movimento dos Focolares, que é usada muitas vezes por meio da abreviação G.A. (Jesus Abandonado).
7. Padre Luigi Faccenda, fundador das "Missionárias da Imaculada-Padre Kolbe".
8. Jo 14, 21.
9. Mt 19, 16-22.
10. "Mariápolis": Encontro anual do Movimento dos Focolares com alguns dias de duração. - "Jesus que penetrava e observava dentro de mim": Cf. Sal 138.
11. Cf. Mt 5, 44.
12. Cf. Mt 7, 34.
13. Cf. Mt 6,25.
14. Cf. Mt 10, 37.
15. Cf. Mt 6, 33.
16. Expressão chave no Movimento dos Focolares de Chiara Lubich, inspirada em Jo 17, 23: "Ut unum sint". Será usada muitas vezes e não faremos outras notas.
17. Uma outra expressão típica do Movimento dos Focolares, segundo as palavras do Evangelho: "Onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome eu estarei em meio a eles" (Mt 18, 20). A expressão "Jesus em meio" (abreviada: GIM.) será usada muitas vezes e não faremos outras notas.
18. Cf. Lc 1, 34 sug.
19. Lc 17,10.
20. Mt 6,20.
Diário: 10 de novembro de 1986 - 6 de maio de 1987 |
"Orizzonti dello Spirito" |